Não
quero ser a vanguarda triste que ficou prá traz
Nem
a vertigem fraca daquele que não quer pular
Busco
na estética do ruído, a suavidade da distorção,
o
perfume dos sentidos, as paisagens expostas do espírito inquieto
Quero
calar o silêncio e eternizar meu grito num instante,
buscar
o contrário de tudo no que é inverso,
Andar
por cima do muro entre dois mundos girando a tontear
Mas
não quero afastar a tristeza da decadência,
A
intimidade da solidão, e a companhia dos anjos caídos,
Os
fantasmas que voltaram a viver e o luto sentido e cruel da perda
Quero
a descontinuidade da plenitude, a ruptura da forma,
A
transgressão da verdade dada, a liberdade do vento contrário
e
não ser vencido pela força ou pelo costume.
Quero
notas dissonantes em pinturas abstratas
Não
me acostumo a sujeição, ao canto amordaçado
E
a obediência a opressão –
Quero
a verdade de meus erros com a dor que dilacera,
Minhas
mentiras e contradições expostas nuas,
E
sentir a vertigem da queda que não quer parar.
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